terça-feira, 21 de maio de 2013

ENSINO INTEGRAL UM BEM QUE O GOVERNO FAZ MAL


59- publicado UIPI semana 27 de maio

Texto introdutório: A educadora Ely Paschoalick critica a maneira como o governo de Minas vem implantando o Ensino Fundamental em Período Integral e sugere estratégias para uma implantação com melhoria educacional.

Fui a uma escola estadual e qual não foi minha surpresa ao verificar que a professora elegia um aluno da sala para ficar na lousa a anotar o nome dos alunos que conversavam ao fazer o dever de casa.

Esta atitude é extremamente cruel, imoral, antiética, desnecessária, irresponsável e deveria ser inadmissível no ambiente escolar democrático pois constitui uma estratégia perfeita para estimular o bullying e outros comportamentos agressivos no ambiente escolar. 

Fui aprofundar-me para saber o que era “fazer o dever de casa” quando me deparei com um sistema, que está sendo citado como solução para o problema educacional, que é a adoção de escola em período integral.

COMO É O PERÍODO INTEGRAL QUE O GOVERNO DE MINAS ESTÁ IMPLANTANDO?

Em um dos períodos o aluno tem as aulas “normais” como no sistema de meio período: 45 ou 50 minutos, um intervalo e troca de professores e matéria.

E num segundo período os alunos fazem lição de casa e participam de atividades lúdicas, artísticas, esportivas e conhecimento de línguas estrangeiras. (Ouvi dizer que para piorar, estão tendo a “brilhante” idéia de utilizar os centros esportivos para o segundo período).

Esta sistemática, da maneira que está sendo implantada, está provocando insatisfação dos professores e dos alunos, além do que é pior, trazer um pré-conceito de que o período integral não é bom.

Os professores de um lado dizem: “Estes meninos estão cansados e chegam ao período da tarde sem querer fazer mais nada!”

Os alunos de outro lado sentem-se castigados por estarem em dois períodos.

ONDE ESTÁ O ERRO?

O erro está no sistema de administração do tempo e das atividades.
Um período integral para ser de qualidade necessita de uma reestruturação das atividades e do ambiente escolar.

FAZ-SE NECESSÁRIO QUE:

*O tempo de aula com o mesmo professor seja o suficiente para consolidar e aprofundar o conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo oferecido.  (Uma matéria bem interessante sobre o assunto foi publicada pela professora Bárbara Falcão).


*O tempo de duração de cada aula, tanto de manhã como depois do almoço, seja ampliado de maneira a possibilitar atividades intelectuais dinâmicas e extra sala de aula e até excursões extra prédio escolar. (Mas nunca sair da escola para resolver o problema de carência de prédios escolares, pois isto é fazer das quadras esportivas depósitos de alunos. O que se faz necessário é a construção de mais quadras esportivas dentro dos prédios escolares inclusive que não provoque barulhos para quem está dentro das salas de aula.)

*Que as aulas sejam ativas como laboratórios de matemática, oficinas de redação e que os conteúdos façam parte de PROJETOS TEMPORÁRIOS com início, meio e fim para que os alunos aprendam a escolher, administrar seutempo, pesquisar  e trabalhar em grupo.


Para oferecer uma educação de qualidade é necessário que se desenvolva os 4 pilares da Educação segundo Jaques Delors – Aprender a ser- conviver- aprender e fazer.

É necessário exterminar com as filosofias “Manda quem pode e obedece quem tem juízo!” e “Cada um para si e Deus para todos!”

E agora, no lugar de exterminar esta filosofia para manter os alunos enfileirados e mantê-los sem conversar um com o outro (na contra-mão do século XXI) estão implantando a filosofia do “dedo duro” ou “cagueta”, comportamento historicamente demonstrado como perpetuadores dos sistemas ditatoriais (Adolf Hitler – Benito Mussolini e Ditadura militar do Brasil).

Vamos lutar por uma democratização e socialização da educação pública brasileira de qualidade que ensina a pensar e liderar sempre na conquista da autonomia e que utiliza o aumento de tempo para aumentar a quantidade de possibilidades do aluno pensar...criticar...gerenciar...decidir...ser solidário...ético...ativo... 

domingo, 19 de maio de 2013

Bullying de adultos contra crianças e adolescentes


5/03/2013 - 03h00
DE SÃO PAULO 
Escrito por Rosely Sayão *

Publico o artigo abaixo em meu blog por comungar 100% com os dizeres, os fatos, a filosofia e as denúncias que nele contém. 
"VAMOS ESFACELAR O SISTEMA ANTES QUE ELE ESTRAÇALHE NOSSAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES" ElyPaschoalick

                                           Na foto a psicologa colunista da Folha: Rosely Sayão*

Não gosto do conceito de bullying e do uso que temos feito dessa palavra. Eu já disse isso e reafirmo em nossa conversa de hoje.

Por que tenho rejeição em relação ao conceito? Porque ele leva o adulto a se ausentar das questões que os mais novos enfrentam na convivência com seus iguais.

É como se nada do comportamento manifestado pelas crianças --nos conflitos, nas provocações, brigas e desavenças, nos apelidos e nas piadas a respeito de aparência-- tivesse relação com o mundo adulto.

E mais: é como se elas fossem totalmente responsáveis por tudo o que fazem. De errado, é claro. O conceito nos permite, portanto, ficar de fora desses problemas. Talvez por isso mesmo faça tanto sucesso entre nós, adultos.

E o que dizer, então, do uso da palavra? Temos uma especial atração pelo exagero nessa questão.
Uma criança pequena que é mordida pelo colega na escola, um primo que zomba do outro que perdeu o jogo, a criança que usa óculos e ganha um apelido por isso... tudo agora é transformado no tal do bullying.

Bem, mas encontrei um bom uso para essa palavra e esse conceito -e é disso que vou falar hoje. 

Trata-se do bullying de adultos contra crianças e adolescentes.

Outro dia ouvi a mãe de uma menina chamá-la de "anta" e dizer que ela só fazia coisas erradas.
Ainda ouvi a garota responder, com cara de choro, que não havia feito o que fizera por querer... Havia errado tentando acertar. Isso é bullying, concorda leitor?

Uma criança humilhada por alguém contra quem não pode ou não consegue se defender pode muito bem ser assim entendido.

E nas escolas? Pais de alunos e professores têm praticado o bullying contra alunos no espaço escolar, sabia? Vou começar pelos pais, dando alguns exemplos.

A escola tem um vício, entre tantos, que afeta fortemente alguns alunos. Escolhe "bodes expiatórios" para arcar com quase tudo de errado que acontece na sala de aula e no espaço escolar.

Muitos alunos conversam, saem da carteira, fazem bagunça, mas a professora sempre chama a atenção, nominalmente, apenas de um ou dois dos alunos.

Claro que todos os alunos percebem isso e passam a acreditar que só aqueles determinados colegas fazem o que não deveriam fazer e, em casa, reclamam desses colegas aos pais. O que muitos desses pais fazem?

Conversam com outros pais para falar mal dos bodes expiatórios, procuram a direção da escola, fazem abaixo-assinado, ameaçam cancelar a matrícula do filho caso esses alunos não saiam da classe ou até mesmo da escola.

É bullying puro de um grupo de adultos contra uma ou duas crianças.

E os professores? Você não tem ideia, caro leitor, de como alguns deles são capazes de fazer referências irônicas e depreciativas a respeito de determinados alunos quando conversam na sala dos professores, por exemplo.

Os alunos em questão não ficam sabendo do que é dito a seu respeito? Nem precisa, porque, no relacionamento com os professores, isso será percebido.

Talvez esteja na hora de fazermos um acordo no mundo adulto: o de só falarmos do bullying entre os mais novos quando controlarmos nosso próprio comportamento e pararmos com essa história de humilhar, depreciar, excluir, intimidar e agredir, velada ou escancaradamente, as crianças e os adolescentes.




* Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, fala sobre as principais dificuldades vividas pela família e pela escola no ato de educar e dialoga sobre o dia-a-dia dessa relação. Escreve às terças na versão impressa de "Equilíbrio".

Comentando o artigo Mãe transmite valores que ficam dentro de nós

Publiquei um artigo em meu blog cidadã para homenagear minha mãe no dia das mães deste ano de 2013.

Quero aqui fazer alguns comentários sobre este artigo com o intuito de sensibilizar alguns profissionais que estão ocupando vagas e consequentemente desperdiçando tempo dos alunos assim como estimular a seguir em frente aqueles que estão trilhando o caminho da dignidade: "Centrando em si e em sua formação a resolução dos problemas e dificuldades dos alunos".

Primeiro leia em:
http://elypaschoalick.blogspot.com.br/2013/05/mae-transmite-valores-que-ficam-dentro.html

Eu não tenho todas as respostas mas tenho toda força e empenho todos os meus esforços para responder a uma pergunta: O que posso fazer aqui agora com este aluno para aliviar-lhe o peso de seus rótulos?

Fico observando a fala e o comportamento de muitos colegas professores.

Preocupam-se muito mais em responder a pergunta: Por que este aluno é assim?

De repente vem uma das respostas abaixo:

É sem limite!
Tem problemas de aprendizagem!
A culpa é dos pais!
A culpa é o salário baixo do professor!
A culpa é a falta de formação dos professores.

Bem... Será que as respostas acima levam a algum lugar?

Sim, elas servirão para os Pôncios Pilatos lavarem as mãos e crucificarem as crianças e os adolescentes do século XXI.