sexta-feira, 4 de outubro de 2013

III MANIFESTO PELA EDUCAÇÃO - "Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País!"

Depois de muitas conversas, reflexões, reuniões, idas e vindas de e-mail, telefonemas, mensagens e debates, alguns deles até feitos aqui através deste blog, o Manifesto ficou pronto e está no Avaaz para receber assinaturas de adesão. 

Assine validando-o e conheça os 19 indicativos de qualidade  que o III Manifesto pela Educação contém.

Brasil, 01 de outubro de 2013.

Caro Cidadão,

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9394/96) diz que “a educação,
dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Dezessete anos decorridos desta legislação, temos trinta milhões de brasileiros analfabetos e
uma evasão escolar que já ultrapassa os três milhões de jovens por ano. 47% de nossos universitários
abandonam os bancos escolares.

O desperdício de recursos atesta a ineficácia do sistema e perpetua a desigualdade e a
exclusão.

Interpelamos o poder público, as universidades, as escolas, professores, estudantes, pais e a
sociedade porque urge romper definitivamente com o fatalismo da reprodução do insucesso e realizar
transformações fundamentadas e responsáveis em todo o sistema educacional.

Cremos que as comunidades escolares podem se transformar em espaços de humanização. O
Brasil dispõe de produção científica, de educadores e de práticas que provam a possibilidade de uma
escola que a todos acolha e dê, a cada um, condições de realização pessoal e social.

Disponibilizamo-nos para contribuir na construção de um sistema educacional que,
efetivamente, cumpra a LDBEN e apresentamos o documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação:
Transformar um País”, por considerarmos que o mesmo poderá constituir-se num instrumento de debate
e em efetiva mudança.

Em comunidade

"Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo,
os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".
Paulo Freire

1- MANIFESTO PARA ASSINAR: http://bit.ly/18QU2V5

2- BLOGSPOT DO MANIFESTO : http://bit.ly/GAdIDS

3- FACE DO MANIFESTO: http://on.fb.me/16iCIK6








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PREFÁCIO

O documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País” foi elaborado de forma colaborativa, utilizando as metodologias Google docs, rede social, e-mail, fórum de debates pela internet e reuniões presenciais. Ao longo de dois anos, teve a efetiva colaboração dos membros do movimento Românticos Conspiradores (http://romanticos-conspiradores.ning.com/page/sobre-o-rc), de educadores atuantes nas diversas redes de ensino e de cidadãos que assumem a sua responsabilidade pela qualidade da educação.

Sabemos que no Brasil já existiram dois manifestos da educação: um, de 1932, sufocado pela ditadura Vargas. Outro, de 1959, que esteve na origem das Escolas Experimentais e dos Ginásios Vocacionais, sufocado pela ditadura militar.

Este documento vem anexo ao Terceiro Manifesto Pela Educação no intuito de servir como instrumento para iniciar intenso debate nacional e efetiva mudança que, no lugar de ser sufocada por uma ditadura, floresça no fértil campo da democracia.

Neste documento, denunciamos e anunciamos. Denunciamos, lembrando algumas estatísticas e realidades de nosso atual sistema educacional. Anunciamos, oferecendo possibilidades de mudança fundamentada e responsável já praticada, desde há anos, com eficientes e comprovados resultados, em mais de 100 espaços educacionais brasileiros.

Meu papel foi o de fomentar o diálogo, reunir os contributos e sintetizar a fala e os escritos das pessoas que se dispuseram a refletir, discutir e expor suas vivências, críticas, crenças, esperanças...

Deseja-se que este documento seja a base para a construção de um carinhoso e macio ninho que abrigue, aqueça e fortaleça a enfraquecida educação brasileira, desenvolvendo uma cultura de Paz, que
possibilite aos moradores do “ninho” alçarem livres voos, cada vez mais altos.

Os envolvidos neste Terceiro Manifesto Pela Educação almejam que nosso governo possibilite
que o documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País” se desdobre em
diversos grupos de reflexão e pesquisa, para que, de maneira fundamentada e responsável, provoque
uma mudança de paradigmas na educação nacional a partir da discussão em cada comunidade da
federação.

Muitos atos de desdobramento já se iniciaram voluntariamente e, entre eles, está a confecção
colaborativa entre crianças e adolescentes de um documento que, afetuosamente, estamos chamando
de “Manifestinho pela Educação”.

A você, que ama a educação e concorda que é possível fazer uma educação diferente da
que aí está, fazemos um convite: Arregace as mangas e venha desdobrar o Manifesto pela
Educação em ações concretas, que beneficiem nossos estudantes, suas famílias e a sociedade
brasileira.

Boa leitura!

Ely Paschoalick e mais uma multidão de educadores e cidadãos
que se dedicaram à elaboração deste documento.


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MUDAR A ESCOLA, MELHORAR A EDUCAÇÃO:
TRANSFORMAR UM PAÍS
Os resultados obtidos pela escola que temos não correspondem à proposta da LDBEN vigente, porque o sistema escolar está pautado em um modelo ultrapassado. Mudanças foram feitas, certamente.
Porém, os educandos não têm tempo de aprender, quando estão apenas a serviço de obter boas notas.

Embora a informação esteja acessível aos jovens, como nunca antes esteve, através de livros, internet, jogos, pessoas, organizações e comunidades, as escolas mantêm-se presas nas formas arcaicas de transmissão de ensino. E seguem utilizando estratégias como aulas frontais coletivas, para alunos enfileirados, estáticos e impedidos de se expressar e de compartilhar suas ideias. A escola ainda não percebeu que a aprendizagem só é possível quando há relação entre as pessoas, e estas estejam intermediadas pelo mundo.

Urge que os educadores e atuais gestores políticos entendam que escola é também estudo e
esforço, mas que, para além disso, aprendizagem pressupõe criação de vínculos afetivos. Como cultivar
amorosidade no atribulado cotidiano das salas de aula e nas agendas lotadas dos professores?

Nesta perspectiva, indicamos ao poder público melhorias para uma nova construção social de
escola, servindo como diretrizes para uma Educação do século XXI na direção de uma sociedade
solidária, justa e sustentável:

1- Políticas Públicas em Educação previamente discutidas, aprovadas e supervisionadas
pela comunidade, atendendo às necessidades específicas locais e de cada estudante em sua
singularidade, cumprindo assim a LDBEN 9394/96;

2- assegurar às escolas a dignidade de um estatuto de autonomia estipulado e
regulamentado no artigo 15 da LDBEN;

3- a revisão do tipo de gestão das escolas, passando de uma tradição hierárquica e burocrática
para decisões colegiadas, coletivas, colaborativas e horizontais, envolvendo a participação da
comunidade, dos familiares, dos educandos e dos educadores. É urgente e emergencial garantir gestão
democrática, conforme o inciso VI do artigo 206 da Constituição Federal: “gestão democrática do ensino
público, na forma da lei”. Somente assim teremos transparência, autonomia e solidariedade, valores que
só se pode garantir com o quadro de uma gestão democrática;

4- implantação de comunidades de aprendizagem concebidas por um projeto educativo
coletivo, baseado num projeto local de desenvolvimento, consubstanciado numa lógica comunitária, que
pressupõe uma profunda transformação cultural e concretiza uma efetiva diversificação das
aprendizagens, tendo por referência uma política de direitos humanos, que garanta as mesmas
oportunidades educacionais e de realização pessoal para todos. Assenta, outrossim, na solidariedade,
operando transformações nas estruturas de comunicação, intensificando a colaboração entre instituições
e agentes educativos locais;

5- uma educação integral em tempo integral para todos os estudantes, da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, garantindo liberdade de organização do trabalho escolar, contemplando a heterogeneidade, não tendo como referência a faixa etária ou intelectual, mas a socialização na
complementaridade, afetividade e autonomia. Que se extinga a seriação, a segmentação cartesiana do conhecimento, a disciplina isolada e exposta por um especialista em cinquenta minutos, substituindo-a
pela prática de trabalhos em equipes, orientados por educadores, garantindo a construção da aprendizagem, respeitando o ritmo de cada um;

6- que a instituição escolar ressignifique seu papel, passando a atuar como locus de construção de conhecimentos e vivências, voltado para a felicidade das suas comunidades, desfazendo-se de imposições de currículos e métodos herdados do passado enciclopedista, seja fabril ou bancário.

Somente assim extinguir-se-á a diferenciação hoje existente entre os estudantes dos sistemas
público (municipal, estadual e federal) e privado;

7- durante o período de transição de uma escola do século XIX para uma do século XXI, se
garanta aos profissionais da Educação, que assim o desejem, prevenção, assistência e apoio
terapêutico, gratuito e constante, com objetivo de administração emocional e crescimento pessoal. Tais
serviços devem ser prestados por profissionais de psicologia capazes de identificar os impactos de tal
transição nas vivências dos educadores atendidos;

8- a formação de uma rede colaborativa de comunicação, onde participem a família, os
educadores, educandos, membros de comunidades de aprendizagem, representantes da mídia falada,
escrita, televisiva e digital, que tenham como objetivo alavancar, promover e divulgar fóruns de debate,
núcleos de reflexão, rodas de conversa, círculos de estudo, auxiliando a sociedade a discutir suas
vivências, relacionamentos, convivência, comportamento afetivo, ético, moral, emocional, educacional,
intelectual, artístico e físico. E que não se permita nesta rede a competição e premiação, mas sim
oportunidades para todos;

9- considerar que não pode ser descurado o desenvolvimento afetivo e emocional do
educando, nem ignorada a necessidade da educação de atitudes com referência a um quadro de
valores subjacentes ao projeto educativo, isto é: currículo subjetivo. Neste sentido, todo educando
tem necessidades educativas especiais, manifestas em forma de aprendizagens sociais e cognitivas
diversas. A escola é espaço-tempo de relações sociais, isto é: currículo de comunidade. E, se a
inclusão escolar é também social, não se processa em abstrato, passa por uma gestão diversificada
do currículo. Reconhecer o educando como único, recebendo-o na sua complexidade; descobrir e
valorizar sua cultura, ajudando-o a descobrir-se e a ser ele próprio em equilibrada interação com os
outros, são atitudes fundadoras do ato educativo e as únicas verdadeiramente indutoras da
necessidade e do desejo de aprendizagem;

10- universalização do ensino e garantia da matrícula em todos os níveis da Educação,
extinguindo o corte etário, o cadastramento escolar, as provas externas, os vestibulares, as provas do
ENEM e outros recursos utilizados como critérios de reservas de vagas, que constituem instrumentos de
exclusão;

11- que a Universidade se distancie de práticas de formação incompatíveis com
necessidades educacionais do nosso século. Que substitua o predomínio das aulas expositivas e de
outras práticas destituídas de fundamento teórico ou de mero bom senso (como, por exemplo, as
avaliações como fim e não como meio, a disposição enfileirada das cadeiras dos estudantes etc.), por
uma diversificação de processos que promovam a experiência de que todos podem aprender e provem
que a excelência acadêmica não é incompatível com a inclusão social




12- reelaboração da cultura pessoal e profissional do educador através da vivência de práticas inovadoras em Educação que lhe possibilite uma transformação isomórfica, pois o modo como o professor aprende é como ele ensina e a teoria não precede a prática;

13- reconhecimento público aos profissionais da educação, traduzido também em salários dignos. Que seus salários estejam à altura de sua importância social, encontrando-se entre os mais altos do serviço público;                                                            14- fim do desperdício decorrente de más Políticas Públicas em Educação que, por exemplo, segundo o Relatório FIESP, em 2010desperdiçaram 56 bilhões de Reais. Que cesse o abuso do uso do
dinheiro público em propagandas que mascaram a realidade educacional do país e servem também
de promoção eleitoral;
15- erradicação da evasão escolar no Ensino Fundamental, Médio e Universitário, retirando
o Brasil da terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) – veja-se o Relatório de Desenvolvimento 2012 do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
16- implantação efetiva de uma política da juventude que contemple o espírito empreendedor,
o protagonismo juvenil e o desenvolvimento dos valores humanos. Que se compreenda que a
sociedade organizada do século XXI requer do cidadão produtivo autonomia, capacidade de escolhas,
pro atividade, trabalho em equipe, autodidatismo, clareza na comunicação, controle e organização do
tempo. Por conseguinte, tais habilidades, atitudes e caráter devem ser desenvolvidos na prática
educacional do jovem, também no Ensino Médio, em conjunto com os conhecimentos específicos dessa
etapa educacional;
17- que a Educação Domiciliar e outros modos de desenvolver aprendizagem sejam permitidos
às famílias que assim o desejarem, desde que garantida a coerência e a qualidade dos percursos de
aprendizagem do educando à luz de um projeto educativo;
18- substituição da reprovação, da aprovação automática e da recuperação, paralela ou ao final
de um período, pela prática de uma avaliação formativa, contínua e sistemática capaz de permitir que
o aprendizado caminhe junto com o desenvolvimento do pensar, a formação do caráter e o exercício da
cidadania; e
19- ampliação do uso da Mediação Escolar, da Justiça Restaurativa e de técnicas similares, para
que os conflitos sejam resolvidos pela própria escola dentro da proposta da Cultura de Paz(UNESCO),
proporcionando ambiente educativo motivador, que estimule cada estudante a superar-se a si mesmo, e
não a superar os outros, promovendo a solidariedade e garantindo o direito de aprender a todos e a
cada um.

O Brasil dispõe de produção científica e de práticas que provam a possibilidade de uma escola
que a todos acolha e dê, a cada um, condições de realização pessoal e social. Resgatemos teses e
práticas que viabilizem a construção de uma sociedade solidária, justa e sustentável (Agostinho da
Silva, Alceu Amoroso Lima, Almeida Júnior, Anísio Teixeira, Aparecida Joly Gouveia, Armanda Álvaro
Alberto, Azeredo Coutinho, Bertha Lutz, Cecília Meireles, Celso Suckow da Fonseca, Darcy Ribeiro,
Durmeval Trigueiro Mendes, Eurípedes Barsanulfo, Fernando de Azevedo, Florestan Fernandes, Frota
Pessoa, Gilberto Freyre, Heitor Villa-Lobos, Helena Antipoff, Humberto Mauro, José Mário Pires Azanha,
Julio de Mesquita Filho, Lauro de Oliveira Lima, Lourenço Filho, Manoel Bomfim, Manuel da Nóbrega,
Maria Nilde, Nísia Floresta, Paschoal Lemme, Paulo Freire, Roquette-Pinto, Rui Barbosa, Sampaio Dória,
Valnir Chagas e tantos outros).

Se o governo, através de suas políticas públicas, apoiar a execução das indicações, propostas e
considerações acima expostas, estaremos rompendo definitivamente com a interiorização da
incapacidade, com o fatalismo da reprodução do insucesso e da exclusão. Estaremos construindo um
sistema educacional inclusivo, de qualidade informativa e formativa para cada cidadão brasileiro.
Estaremos, também, caminhando no cumprimento efetivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, LDBEN, nº 9394/96 e das diretrizes curriculares nacionais. Estaremos, por fim, criando
condições efetivas para transformar um país.

De Brasileiros para Brasileiros que desejam:

“Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País”





1- MANIFESTO PARA ASSINAR: http://bit.ly/18QU2V5



2- BLOGSPOT DO MANIFESTO : http://bit.ly/GAdIDS



3- FACE DO MANIFESTO: http://on.fb.me/16iCIK6



4-contatos: manifestopelaeducacao@gmail.com

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Complemento na formação acadêmica do professor é a solução?



A Educadora ElyPaschoalick responde ao questionamento feito em uma rede social:  

Questionamento: Vocês não acham que os educadores deveriam ter, como complemento na formação acadêmica, um curso voltado para reconhecer problemas com TDA, TDAH, dislexia, processamento auditivo central, etc. ?

Resposta da Ely: 

 Não é a qualificação do profissional a questão.







Se hoje colocarmos um profissional com todo o entendimento e didática para atender crianças ou adolescentes com dislexia, TDH ou outras necessidades ministrando aulas coletivas de um determinado assunto, tratado em um determinado livro, em 50 minutos, com todos os alunos enfileirados, tal profissional se sentirá tão preso e amarrado quanto um que nada sabe.

O que precisamos é quebrar paradigmas dos séculos XVIII e XIX e libertar o sistema educacional das amarras que são as provas, as notas, o ensino coletivo, a aula frontal para alunos enfileirados, as séries, a seleção por faixa etária, a grade curricular...

O que necessitamos é resgatar as práticas educacionais que fluíam muito bem antes da ditadura militar nos colégios vocacionais e outras escolas experimentais.

O que necessitamos é dar visibilidade a modelos educacionais que se praticam hoje em escolas que conseguiram conquistar a tão sonhada e determinada pela LDB 9394/96, autonomia gerencial, didática-pedagógica como a Escola Municipal Amorim Lima em SãoPaulo.


O que necessitamos é criar comunidades educativas como as defendidas pelo conceito Educação Integral. 






 Sem um sistema educacional que permita criar vínculos afetivos entre professor e alunos, sem um sistema educacional que permita o ensino individualizado respeitando o ritmo de cada um e ensinando-os a viver, conviver, fazer e aprender em grupo, não é possível praticar uma pedagogia que  garanta a todos e a cada um o direito de aprender. 

E ainda afirmo mais: Não são apenas os dislexos e TDHs que sofrem com este sistema. Sofrem também os de altas habilidades, os com pequenas ou grandes dificuldades motoras, os professores, os pais, o mercado de trabalho e a pátria amada Brasil.

Assista como capturar porcos selvagens e pensem nas dez grades do Haddad

Este filme nos faz lembrar que estão colocando grades em nosso redor.

QUEM FOR PORCO SELVAGEM QUE COMA DESTE MILHO!

EU VOU REJEITAR!

OBRIGADA!


A cada dia, oito professores concursados desistem de dar aula nas escolas estaduais paulistas e se demitem.



A total desvalorização do professor, a desqualificação do  aluno e suas necessidades, o desprezo às mudanças do mercado de trabalho e a cegueira frente à nova estrutura e dinâmica familiar são fatores que escravizam professores e alunos aprisionando-os em um sistema de ensino falido e ineficaz que extingue a profissão de MESTRE.
Numa tentativa de sobrevivência de seus ideais, alguns professores migram para a rede municipal que agora conta com o reforço das dez "grades" "sugeridas" pelo governo do ex-ministro da Educação que, no meu entender, aprisionarão mais ainda professores, alunos e pais.
1=TCC ao 9º ano em lugar de ensinar a pesquisar, analisar e trocar idéias desde o 1º ano;
2= reprovação em lugar de garantir aprendizado a todos e a cada um;
3=recuperação ao final do ano em lugar de recuperação a todo momento em que não houver o aprendizado;
4= curso profissionalizante particulares e financiados ao final do 9º ano em lugar de políticas públicas que contemplem o protagonismo jovem e a prática da cidadania democrática com universidades públicas para todos;
5= lição de casa obrigatória em lugar de lições de casa que o aluno seja garantidamente capaz de fazê-la sozinho;
6= boletim para os pais na internet com sugestões para os pais de como melhorar o rendimento de seus filhos em lugar de criar e efetivar estratégias para a Escola, através de seus profissionais, resolver os problemas de aprendizado dos alunos;
7= mudança para os maiores de 10 anos nas notas reduzindo-as de zero a dez no lugar de pagar hora extra para os professores elaborarem um relatório que realmente auxilie alunos tutorados por  professores a garantir o aprendizado ou na pior das hipóteses, que o brasileiro saiba fazer regra de três já que é obrigado a ter nota numérica;
8=prova bimestral em lugar de pagar hora extra aos educadores para mensalmente ou semanalmente a escola se reunir e criar estratégias para correção de rota resolvendo os problemas de cada aluno e de todos os alunos observados pelos professores;
9= dividir os alunos em ciclos separados por provas classificatórias no lugar de derrubar as paredes físicas, emocionais e intelectuais que seccionam o ambiente escolar;
10=dependência no 7º e 8º anos no lugar de recuperação constante, inserida no horário escolar, referente a cada conteúdo ensinado e não aprendido pelo aluno.   

O conjunto destas medidas é similar ao enjaular em pequenas celas frias de laboratórios de inseminação artificial, os animais em extinção, na tentativa insana de garantir sua reprodução. 
e LUTEMOS para que as dez grades não venham a somar na estatística de evasão de mestres e alunos das instituições escolares da maior cidade da América Latina e que esta “moda” não se propague pelas sofridas paragens educacionais brasileira.
ElyPaschoalick