quarta-feira, 13 de abril de 2011

Entenda melhor o que são JOGOS PSICOLÒGICOS

No  Portal Brasileiro de Análise Transacional (PortalBrAT), José Silveira Passos nos dá uma explicação bem didática sobre a teoria dos Jogos Psicológicos defendida por Berne e Steiner.

Vou publicar aqui alguns aspectos que me chamam a atenção e procurar ilustrar de maneira a auxiliar você a não morder as iscas e assim evitar os jogos psicológicos. 

Uma outra maneira de sair dos jogos psicológicos é sair do triângulo dramático ou seja de qualquer uma das três posições nas quais uma pessoa fica presa quando vive o Triângulo Dramático. 


Tanto a posição de "Perseguir" o outro, ou seja falar mal do outro, desejar que o outro se estrepe, difamá-lo ou aparentemente odiá-lo, como a posição de "Salvar" ir acudir o outro, ter dó do outro, sentir-se responsável pelo seu bem estar, sentir culpa por ele ter se estrepado, assim como a terceira posição ou seja a de ser "Vítima" sentir-se inferior, sentir-se coitadinha, sentir-se com menos valia do que o outro, sentir-se impotente, incompetente, inadequada, insegura, indecisa... são posições que nos prendem no Triângulo Dramático que nos leva a viver uma sub-vida como se fosse uma novela das 20 horas onde o final é totalmente previsível independente do cenário, dos personagens e de suas histórias.

Mas, vamos entender um pouco mais sobre jogos psicológicos.

Segundo Berne (Os Jogos da Vida, Editora Artenova, Rio de janeiro.), "Um jogo é uma série de transações complementares que se desenrolam até um desfecho definido e previsível. Pode ser descrito como um conjunto repetido de transações, não raro enfadonhas, embora plausíveis e com uma motivação oculta. Para definir de maneira simples, Jogos são constituídos por uma série de lances com uma cilada ou 'truque' no meio ou no fim", p. 49.

Berne também define Jogos (O que Você Diz Depois de Dizer Olá?, Nobel Editora, São Paulo.): "Jogos são conjuntos de transações ulteriores, repetitivas por natureza, com um desfecho bem definido. Numa transação ulterior o agente finge estar fazendo uma coisa, quando, na realidade, está fazendo outra...", p. 34.


POR QUE e PARA QUE JOGOS

O jogo, sempre tem um final previsível e termina com um mal estar ou uma confusão que causa um benefício emocional para os jogadores e o maior deles é  manter o script.

Segundo Berne (Os Jogos da Vida), o objetivo é o propósito geral do Jogo, podendo existir, algumas vezes, alternativas. No caso de "Se Não Fosse Você" é possível que o indivíduo esteja buscando segurança (dizendo: "Eu não estou com medo, na verdade ele não me deixa ir embora") ou ainda para se justificar (dizendo: "Na verdade eu tento, porém ele não me deixa ir embora").


Segundo Claude Steiner em seu livro Os Papéis que Vivemos na Vida "Jogo: é o evento transacional que produz a recompensa que leva adiante o Script", p. 103.

COMPREENDENDO MELHOR OS PASSOS DE UM JOGO

A fórmula G (J) de Berne: C + G ---> R ---> S ---> X ---> P, sendo:

C = "Con" ou Isca;
G = "Gimmik" ou Fraqueza;
R = "Responds" ou Resposta;
S = "Switch" ou Mudança;
X = "Crossup" ou confusão; e
P = "Payoff" ou Compensação Final.
Em português, a fórmula G original de Berne pode ser apresentada da seguinte maneira: I + F ---> R ---> M ---> C ---> BF.

Onde:

I = Isca - É a parte oculta, inconsciente, ulterior da mensagem e corresponde à uma promessa oculta do primeiro participante. Como desqualificação de alguma caraterística do emissor do estímulo, do receptor ou de ambos;

F = Fraqueza ou fragilidade - É o ponto fraco, vulnerável, indicativo de uma necessidade do segundo participante;

R = Resposta - O segundo participante responde à isca, em decorrência de sua fragilidade, entrando no jogo. Sua resposta, assim como o estímulo inicial, ocorre em dois níveis: social, que serve de fachada para o jogo e psicológico (ulterior), por onde o jogo tem seu curso.

M = Mudança - É a fase em que o primeiro participante muda de Estado de Ego, determinando a mudança também no segundo participante, gerando surpresas. Ao trocar de Estado de Ego, os participantes trocam também de papéis;

C = Confusão - É o momento de perplexidade que se segue à Mudança e antecede ao Benefício Final;

BF = Benefício Final - É o "prêmio" de cada jogador e corresponde ao disfarce que cada um experimenta ao final do jogo. Durante as diversas fases dos jogos, os jogadores experimentam outros pseudo-benefícios.
ISCAS



Quero me ater aqui nos três primeiros passos: I F R  ou seja Isca Fraqueza e Resposta.

Fraqueza sabemos o que é e tenha certeza seus parceiros de jogos sabem qual e onde está seu "calcanhar de Aquiles" e é colocando o "dedo na ferida", diminuindo você, te criticando, te desqualificando, que ele monta o cenário perfeito para lançar a ISCA.

O BOM JOGADOR PREPARA SUA ISCA


Conhecendo suas fraquezas o jogador prepara pacientemente sua isca enfeitando o anzol com aquilo que a atrai e para haver JOGO o outro precisa se sentir atraído.

CUIDADO

Alguns anzóis são revestidos até por deliciosas frutas, mas saiba que por dentro há um anzol cujo único objetivo é fisgar VOCÊ.

Uma vez fisgada você não poderá mais fugir pois o anzol, preso em sua boca, impede toda e qualquer espontaneidade, intimidade, alegria e principalmente LIBERDADE.
Em consequência você perde sua capacidade de TOMAR DECISÕES.

Muitos são os tipos de iscas mas também muitos são os tipos de anzóis e o bom jogador lhe apresenta sempre a que mais lhe seduz.

Muitas vezes pode ser aquela que mais demonstra sua fraqueza, e então ... zap... você está fisgada.



Mesmo que você seja aparentemente grande, esperto, quando você está dentro do TRIÂNGULO DRAMÁTICO sempre haverá um anzol revestido por uma isca que lhe atrairá para ser fisgado.



LEMBRE-SE SEMPRE:
Você não é peixe! Você é gente e pode:

PENSAR

TER DISCIPLINA

SE AUTOCONTROLAR

EVITAR SE ATRAIR PELAS ISCAS

O fundamental para isto é sair do Triângulo Dramático.
Sair da posição de
PERSEGUIDORA
ou
SALVADORA
ou
VÍTIMA

e o que é pior, na maioria das vezes andamos como pássaros tontos e presos dentro deste triângulo.

Desejo que você como eu, possa identificar suas fraquezas e se autocontrolar para se desviar das iscas e assim não entrar no jogo DANDO UMA RESPOSTA DIFERENTE ou seja
uma resposta de INDEPENDÊNCIA E LIBERDADE.
Não liberdade da pessoa que é seu parceiro de jogos mas liberdade de seu verdadeiro EU.


domingo, 10 de abril de 2011

NOTA ZERO PARA PROFESSORES QUE IGNORAM O EMOCIONAL DO ALUNO.

Publicado no site professornotazero.blogspot.com e na coluna http://www.uipi.com.br/professor-nota-10zero
Ely Paschoalick dá NOTA ZERO para professores que confundem bom comportamento com timidez e silêncio.
Consultora Organizacional que sou acostumei-me a ver nos murais das empresas sistemas para comunicar aos colegas como está o humor de cada um naquele dia.
Através desta manisfestação as pessoas têm oportunidade de respeitar e apoiar seus colegas de trabalho.
Este hábito de considerar o humor como fator importante na convivência e consequentemente na produtividade nos exemplifica o quanto nosso sistema de ensino ainda é “do tempo do onça” e anda na contra-mão do mercado de trabalho.
Na administração escolar e na LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) é permitido oferecer outro dia para realizar a prova, caso o aluno tenha vivenciado algum fato que o abalou emocionalmente: morte de animal de estimação – doença em família- morte de familiares ou amigos próximos, experiências emocionais negativas...

Mas será que é isto que se pratica?

Como Consultora Educacional que sou acostumei-me a ouvir nas secretarias das escolas: _ Mas este menino faz uma manha... __Basta ser prova para dar esta dor de barriga... __ Não pode acreditar em tudo o que ele fala, faz esta cara de coitado e depois, no mesmo instante, está rindo e brincando...

Outro dia recebi um relato de um homem superinteligente e superculto que, com mais de sessenta anos recorda-se com tristeza de seu primeiro ano primário: “fiz em São Paulo Ipiranga e matriculei-me com o meu nome completo: pré-nome, sobrenome da mãe e sobrenome do pai. Na ocasião, minha mãe ficara tuberculosa e me privaram do contato com ela, mudando-me de cidade. Depois, minha mãe sarou, e tive que repetir o primeiro aninho em Corumbatai onde a professora Dona Carmen me matriculou registrando apenas meu pré-nome e o sobrenome de meu pai. A partir de então, todos os meus documentos escolares, por preceito legal, foram obrigados a seguir a declaração de meu primeiro ano primário  de Corumbatai senão dava problema sequencial escolar de um ano a outro ano de promoção. Então, perdi o sobrenome de minha mãe. Entretanto, em lembrança de minha primeira comunhão, exigi que aparecesse o nome da família de minha mãe. Foi a única oportunidade em que pude decidir por mim mesmo quanto ao uso do meu próprio nome”.

 Ponderem comigo sobre o relato acima. Quando a professora do primeiro ano escolar retira o sobrenome da mãe ela materializa a sensação de perda que aquele menino vivia ao ser afastado de sua mãe tuberculosa. Aquela materialização provoca uma cicatriz no coração daquele menino. Cicatriz capaz de fazê-lo lembrar-se do nome da professora. Cicatriz viva que, após sessenta anos ainda sangra e se evidencia como uma ferida recém aberta.

Nesta quinta-feira 7 de abril, o país vivenciou o massacre na escola de Realengo. Escrevi sobre como os pais devem agir frente a tal fato tão amplamente noticiado.

Aqui neste espaço quero fazer um alerta aos PROFESSORES NOTA ZERO que não consideram o emocional dos alunos e principalmente aqueles que confundem “Bom comportamento” com “ficar quietinho”.
Lembro-me de, quando diretora escolar, receber uma mãe que transferia a aluna de 7 anos de outra escola para a minha. Ela falara assim:
“__ Fui a uma reunião da escola de minha filha e a professora me disse: _Sua filha é ótima, ela não apresenta problema algum. É atenciosa, quietinha e muito educada. Aliás, eu mal escuto sua voz pois fala bem baixinho...”
A mãe me relatou que de imediato sentiu um arrepio na espinha e decidiu retirar sua filha de tal escola pois se ela era tão silenciosa algo estava acontecendo de muito ruim em seu emocional, uma vez que, possuía uma filha vibrante, faladeira, conversadora e especula. Perfil totalmente oposto ao que a professora lhe relatara.
A sensibilidade daquela mãe, em fato acontecido há mais de 30 anos, ficou em minha memória como diretriz de meu trabalho educacional: observar o comportamento emocional dos alunos para oferecer a eles oportunidades de se posicionarem, argumentarem, conversarem e principalmente sentir sobre o que pensa e pensar sobre o que sente.
Quero aqui registrar
NOTA ZERO para professores que acham “normal e bom” o comportamento ponderado e tímido das crianças.
NOTA ZERO para professores que desprezam ou desconhecem as teorias de Wallon sobre a emoção e o aprendizado.

NOTA ZERO para professores que se importam mais com a imobilidade dos alunos ao “prestarem atenção a suas aulas” do que com os sentimentos de inclusão ou exclusão social.

NOTA ZERO para professores que ignoram o emocional de seus alunos.
Siga-me pelo http://twitter.com/#!/elypaschoalick

Fale comigo pelo: elypaschoalick@gmail.comhttp://comoeducarosfilhos.zip.net/arch2008-12-07_2008-12-13.html

Saiba melhor quem é Elypaschoalick lendo aqui.

Conheça os temas das palestras de Elypaschoalick

Leia sinopse do livro "Os 4 P's da Educação"

Carta de Despedida do TREMA - Uma aula criativa

É uma tremenda aula de criatividade e bom humor, por sinal, com acentuada inteligência.
Criatividade da Língua Portuguesa!...
 Que sirva de inspiração para você professor e professora ensinar outras regras a seus alunos


  Carta de Despedida do TREMA


          Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema.Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali,
na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
         Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário.
Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
         O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela.
O dois pontos disse que  sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
         Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra.
E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico
de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?...
A verdade é que estou fora de moda. Desde que eu caí da palavra saudade todo mundo achou que eu tinha morrido na queda.
Quem está na moda agora são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
         Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de
argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem,
vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades.
E não vão agüentar!...
         Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.

           Adeus,
  Trema.