quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Analisando uma aula frontal cujo objetivo é treinar professores a passar numa prova de concurso público

Hoje acordei as 5h30 (Meu Deus, horário de verão, então são no meu relógio biológico 4h30) e fui fuçar no meu Face e qual a surpresa: havia um vídeo que cliquei para assistir e comecei a sentir meu estômago enrolar, ralar, rolar, virar... 

Resolvi escrever para registrar meus protestos e talvez um dia no futuro ter mais e mais professores virando Românticos Conspiradores, concordando comigo e defendendo uma transformação no ensino.

Minha esperança é ter muitos professores repetidores, mecanicistas, conteudistas tendo lampejos de luz e conseguindo despertar para a realidade de que "é possível fazer diferente".  Diferente substituindo o ensinar a alguns pelo ensinar a todos e a cada um. Diferente substituindo a brincadeira, com os alunos “sem luz”, de "gato e rato", colocando armadilhas para “pegar” seus estudantes em suas burrices, falta de lógica, desinformação e desinteresse.
Gente! Desperta" Que realidade mais triste: aula para aprender a não cair nas armadilhas que consultores, "amigos do governo", que ganham fortunas do nosso suado imposto, para suas milionárias consultorias, preparam nas jurássicas  provas externas. Com estas provas o governo gasta grande percentual da verba que se destina para a VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR, uma vez que o concurso público é um dos artigos considerado como valorização do professor. (deveria ser primordialmente REMUNERAÇÃO a locomotiva da valorização - bem, mas este é outro assunto que fica para outra vez).
Voltando na aula preparatória para concurso público para quem vai classificar-se no concurso da SEDF 2016 com o palestrante Hamurabi em 12/10/16. (Quero deixar claro que não estou criticando o professor mas sim a metodologia que é a vigente no universo educacional do mundo).

Conheça a aula: 

https://youtu.be/CujsmnHKpcM

Misericórdia meu Deus: ensinar o professor a não se posicionar politicamente em uma prova para poder ser aprovado em um concurso que lhe permitirá ser empregado da educação pública, é ensinar a vender a alma para o LIMBO - NEM CÉU E NEM INFERNO. E quando o palestrante defende e ensina esta ideia de não se posicionar politicamente, ele próprio declara sua ideologia através de seu tom de voz e reprodução irônica da fala de quem é contra a MP 746/2016 e ainda afirma isto é "natureza técnica". Sim, técnica de VENDA DE LIVROS e enriquecimento dos grandes parques gráficos.
Muitas vezes o professor palestrante se posiciona politicamente com a expressão: “tempestade em copo d’água” que estão fazendo os que são contra a PEC. PRONTO: SE POSICIONOU A FAVOR: CUIDADO!!
Ah! Entendi: Não pode se posicionar contra, mas se for a favor PODE!!
Esta é a nossa realidade nacional educacional: O professor detém o conteúdo e o saber, os alunos atrapalham, conversam, são distraídos, barulhentos, desconcentrados, mas admiram o professor, pois percebem que ele domina aquilo que ele, aluno, vai estudar uma vida inteira e não vai saber e quando a bola bate na trave, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima ignorando e desprezando os sentimentos de menos valia que ficam no inconsciente do estudante/professor que cada vez achata mais sua auto-estima de maneira a entender e aceitar que não passa na prova porque é ineficaz, inadequado, incompetente. No entanto, não devemos desanimar pois com um pouco mais de esforço poderemos passar no próximo concurso.
Ao final o professor fechou sua aula passando uma tarefa imensa para cada aluno fazer. Assim, aquele que não fizer, já pode entrar na prova com sua culpa reagindo negativamente sobre sua mente.
E, logicamente, o palestrante encerrou vendendo o curso e as apostilas, com direito a premiação afetiva intelectual e tudo mais como manda o figurino desde a escola prussiana no século XVIII até a escola mediática do século XXI.

Realmente urge Mudar a Escola, Melhorar a Educação, Transformar um país.

Urge Núcleos de Transformação de Professores, pois o professor ensina como aprende e só nos libertaremos das aulas frontais que nos treinam a passar em uma prova se nos transformarmos, caso contrário repetiremos o que Vernek já denunciava: "O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende" - " Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata". 

sábado, 15 de outubro de 2016

FELIZ DIA DOS PROFESSORES CAROS PROFESSORES ROMÂNTICOS CONSPIRADORES.

ROMANTICOS PROFESSORES
Hoje, no dia do professor quero fazer uma homenagem a todos os professores que são românticos e ainda amam a educação.
ROMÂNTICOS são os professores que consideram seus alunos como pedacinhos de si mesmo.
ROMÂNTICOS são os professores que consideram a educação como o grande transformador do mundo.
ROMÂNTICOS são os professores que acreditam na transformação de seus alunos e por isso potencializam o que cada um deles tem de melhor, mesmo que para encontrar o melhor seja necessário colocar uma lupa para destacá-lo dentre tudo de mau que falam dele.
ROMÂNTICOS são os professores que apesar do menos sabem fazer o mais.
Apesar do menos salário, menos direitos, menos considerações, menos espaços, menos prestígios, menos ... menos... o PROFESSOR ROMÂNTICO continua... dia a dia... e engole:
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo as Medidas Provisórias que permitem aos não formados ministrarem aulas quando os professores mereciam era aumento salarial em conformidade com as especializações, mestrados, doutorados e tempo de trabalho e dedicação;
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo as palavras desvalorizadoras proferidas por governadores, deputados, senadores e industriários que ao mesmo tempo em que dizem discursos de que “o professor é o mais importante formador da sociedade”, de que “todos os grandes homens tiveram professores”, que “o sucesso começou no dia em que um professor lhes ensinou a ler” VOTAM nas câmaras municipais, estaduais e federais, leis apoiando tetos ridiculamente pequenos para a profissão e retirando seus poucos direitos arduamente conquistados.
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo afirmações ridículas e preconceituosas como: “Se querem ganhar mais, que peçam demissão e trabalhem para as escolas particulares”; “Não que a professora ganhe pouco, pois ela trabalha só meio período, o problema é que ela é mal casada” e outros intempéries que só podem ser a crença motivadora de tanta desvalorização;
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo as redes de comunicação, que em seus horários nobres, veiculam constantemente campanhas que aparentemente homenageiam os professores, mas no fundo são campanhas que desvalorizam a pessoa do professor e sua formação técnica acadêmica.
Tais campanhas publicitárias dizem “valorizar o professor é valorizar a educação”, “educador é todo aquele que se envolve em educação”. Campanhas que desvalorizam os cursos universitários de formação de professores de educação física e os substituem por um torcedor que desce da arquibancada e cai na quadra de aula de uma escola com as palavras “seja um voluntário da Educação, seja @amigo da Educação”. Tais campanhas reforçam a crença de que o professor é um ator invisível e substituível no cenário educacional, um peão no tabuleiro do jogo dos poderosos.
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo a própria lei “lei de valorização do professor” ditar que o governante pode gastar o dinheiro da valorização do professor com: pintura e reforma de móveis que melhoram o ambiente escolar; com consultorias milionárias que preparam as intermináveis palestras denominadas “formação continuada” juntamente com os exames de concursos para professores iniciantes e provas externas aos alunos para controlarem a “qualidade” do trabalho do professor.
 O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo leis que no lugar de protegerem os professores e garantirem a eles uma carreira de trabalho, aposentadoria e planos de saúde descentes, desvalorizam e DESEMpoderam a pessoa do professor.
Leis que, cada vez mais, dão papel e força ao Executivo federal, que dita e reedita, em grande parte, as normas para a redefinição de responsabilidades no que diz respeito à oferta do ensino, controle de qualidade, de avaliação e de definição de padrões curriculares, leis que determinam a ocupação dos espaços educativos e a organização e distribuição do tempo que o estudante passa na instituição escolar e desta maneira, subtraem todo o poder criativo e de liderança do professor, reduzindo o mesmo a uma simples figura repetitiva e transmissora de um conhecimento ditado de fora para dentro do aluno, grande fator causador da desmotivação e desinteresse dos educandos e até de seus comportamentos violentos.
O PROFESSOR ROMÂNTICO é aquele que prossegue engolindo e digerindo leis que substituem uma almejada lei que simplesmente decretasse que o reconhecimento público aos profissionais da educação fosse traduzido também em salários dignos. Que decretassem que os salários dos professores estivessem à altura de sua importância social, encontrando-se entre os mais altos do serviço público; leis que diminuíssem cada vez mais o abismo que diferencia o valor pago a um político e o valor pago a um professor.
E ainda existem os PROFESSORES ROMÂNTICOS CONSPIRADORES que são aqueles que prosseguem criando novas alternativas capazes de oferecer uma educação pública universal, igualitária e justa, uma educação integral  em tempo integral, sem turno e contra-turno. Sem um período de aulas “normais” e outro período denominado “contra-turno” com aulas mais “agradáveis e movimentadas”, mas sim com um período integral onde é possível obter uma qualidade acadêmica com vínculos afetivos e felicidade para os estudantes que cada vez mais gostam e se envolvem na prática da cidadania. Uma educação democrática.
PROFESSORES ROMÂNTICOS CONSPIRADORES que se reúnem via internet e/ou em encontros presenciais e constroem carinhosamente e criteriosamente dentro dos parâmetros científicos um III Manifesto pela Educação que no lugar de exigir do poder público, se disponibiliza a este mesmo governo para efetiva mudança, como os ROMÂNTICOS CONSPIRADORES se oferecem no III Manifesto:
“Disponibilizamo-nos para contribuir na construção de um sistema educacional que, efetivamente, cumpra a LDBEN e apresentamos o documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País”, por considerarmos que o mesmo poderá constituir-se num instrumento de debate e em efetiva mudança.”
PROFESSORES ROMÂNTICOS CONSPIRADORES são aqueles que continuam crendo e fazendo o novo, mesmo que em 2013 o Ministro da Educação tenha dito com todas as letras que no MEC “não tem espaço para românticos e romantismos”.

ROMÂNTICO CONSPIRADOR É O PROFESSOR que sonha com o  fim do desperdício decorrente de más Políticas Públicas em Educação que alimenta o abuso do uso do dinheiro público em propagandas que mascaram a realidade educacional do país e servem também de promoção eleitoral;

ROMÂNTICO CONSPIRADOR É AQUELE PROFESSOR que mesmo sozinho e muitas vezes criticado pelos colegas, trabalha levando a instituição escolar a ressignificar seu papel, passando a atuar como lugar de construção de conhecimentos e vivências, voltado para a felicidade das suas comunidades, conspirando para cada vez mais desfazer-se de imposições de currículos e métodos herdados do passado enciclopedista, seja fabril ou bancário.
ROMÂNTICO CONSPIRADOR É AQUELE PROFESSOR que atua e defende a ideia de extinguir-se a diferenciação hoje existente entre os estudantes dos sistemas público (municipal, estadual e federal) e privado;

Se você, neste artigo se identificou como ROMÂNTICO e quer ser ROMÂNTICO CONSPIRADOR se junte a nós através de mensagens a manifestopelaeducacao@gmail.com e vamos unidos MUDAR A ESCOLA, MELHORAR A EDUCAÇÃO, TRANSFORMAR UM PAÍS.

                FELIZ DIA DOS PROFESSORES CAROS PROFESSORES ROMÂNTICOS CONSPIRADORES.



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Carta Aberta de Repúdio à Medida Provisória 746/2016


A ABRACE- Associação Brasileira de Pesquisa em Artes Cênicas se manifesta veementemente contraria à medida provisória MP 746/2016 que estabelece a reforma do Ensino Médio. Não aceitamos que o Governo Federal realize uma reforma como a proposta pela MP, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, sem discussão e debate amplo com a sociedade, principalmente alunos e alunas, famílias e profissionais da educação. Isto só revela o caráter autoritário e antidemocrático da medida.
 
A Medida Provisória 746/2016 evidencia ênfase na formação técnica em detrimento dos componentes curriculares Arte, Filosofia, Sociologia e Educação Física demonstrando uma inclinação para a capacitação profissional, negligenciando a promoção de autonomia intelectual, acesso ao patrimônio cultural e o exercício estético de compreensão do mundo, fundamento das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, aprovada em 2011.
 
Repudiamos fortemente a não-obrigatoriedade da ARTE no ENSINO MÉDIO. As diversas artes apresentam campos do conhecimento específicos e imprescindíveis à formação dos jovens, pois contribuem para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e aptos ao exercício pleno da cidadania, além de promover o desenvolvimento cultural e artístico do país.
 
Consideramos a MP 746/2016 um grave retrocesso às conquistas da nossa área concretizadas pela obrigatoriedade do componente curricular Arte na Educação Básica pela LDB/1996 em todos os níveis da Educação Básica. Por esta razão, convocamos particularmente os profissionais do Ensino de Teatro e da Dança para debate e mobilização na luta pela rejeição da MP 746/2016 no Congresso Nacional.
 
A ABRACE se junta às iniciativas da sociedade civil contra a MP 746/2016 e na firme defesa de uma educação pública de qualidade que favoreça e garanta a afirmação das diferentes identidades, o exercício da cidadania, os direitos sociais e o patrimônio artístico e cultural brasileiro.
 
GT Pedagogia das Artes Cênicas - ABRACE
Diretoria ABRACE

domingo, 11 de setembro de 2016

Mudar é Difícil, Fingir que Muda é mais Fácil!


FLAGRANTES DAS SALAS DE AULAS DO SÉCULO XXI QUE DENUNCIAM 200 ANOS DE ATRASO NA EDUCAÇÃO.
Ely Paschoalick
Mudar é difícil, fingir que muda é mais fácil e dá visibilidade. A mudança assusta e dá insegurança.

Poderia eu aqui estar a citar inúmeras afirmações culturais que permeiam o assunto MUDANÇA.

Ou, poderia, se quisesse, apontar as muitas dificuldades relatadas pelos trabalhadores da educação que se debruçam sobre projetos inovadores que realmente propõe uma mudança da velha maneira de ensinar, implantada desde o exército da Prússia, reproduzida pelas escolas catequistas dos Jesuítas e modernizadas pelos chamados Sistemas de Ensino, onde se utilizam a velha aula frontal, carteiras enfileiradas, grade horária, provas externas e internas e outros paradigmas que engessam nosso sistema educacional em flagrante desobediência à Lei de Diretrizes e Base Nacional.

"O sistema educacional prussiano foi o primeiro sistema público de ensino, no qual valores cívicos, éticos, línguas e matemática eram ensinados. Sua finalidade era unificar a Prússia, e acabou se valendo para a manipulação da população através desse sistema de ensino".
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Tradu%C3%A7%C3%A3o/Sistema_educacional_prussiano

Mas, preferi, neste artigo, apresentar algumas fotos tiradas em salas de aulas do século XXI que demonstram a permanência e a prática de uma filosofia educacional implantada desde 1700.

Foto 1= Crianças assistindo uma apresentação, possivelmente preparada pelo professor ou retirada do material de autoria de alguma franquia (Sistema Educacional) em lousa digital.(foto retirada da internet de uma escola de São Paulo-capital).







Educação 200 anos de atraso
Século XVIII
Século XXI
Como deveria ser ...
·          Alunos enfileiradas em sala de aula, estratégicamente arrumadas para não se comunicarem um com o outro,
·          Carteira de madeira
·          Estojos de pano (capanga)
·          Carteiras altas deixando as crianças com os pés no ar.
·          Cada professor escolhe o melhor lugar, em seu julgamento, que é para cada um sentar-se. Ora separando os amigos, ora separando por nível de conhecimento e por outros critérios que o professor considera adequado para haver um maior rendimento nas atividades propostas pelo professor.
·          Idem: crianças enfileiradas em sala de aula, estratégicamente arrumadas para não se comunicarem um com o outro,
·          Carteira de plástico
·          Estojos de plástico
·          Idem: Carteiras altas deixando as crianças com os pés no ar.
·          Alunos escolhendo o lugar onde quer sentar-se e o professor comandando trocas de lugares quando considera que a escolha do aluno impede a qualidade de  produção das atividades que são propostas pelo professor.
·         Estudantes  agrupadas em círculo de maneira a possibilitar que uma olhe para a outra e o professor como estimulador de conversas e pesquisas entre elas.
·          Carteiras e estojos de material reciclável.
·          Móveis proporcionais ao tamanho dos estudantes para que eles possam descansar os pés no chão.
·          Liberdade para o estudante ou seu grupo decidirem onde e como é mais confortável permanecer para o alcance pelo qual aquela equipe se reuniu.


Foto nº 2= Sala de aula com alunos enfileirados frente a uma lousa digital que projeta o desenho de uma casinha estereotipada à moda da arquitetura rural ou mesmo urbana de bem antigamente.




Esta foto dispensa comentários, pois somos sabedores de que uma lousa digital poderia, na pior das hipóteses, levar os estudantes a fazer um tour através da arquitetura dos diferentes agrupamentos humanos residentes próximos aos diversos meios ambientes e suas matérias primas, como por exemplo, as construções de prédios submersos nos oceanos de Dubai, Japão...

Foto 3= Professores oferecem folhas grandes a cada aluno para que individualmente façam alguma atividade usando seus estojos de materiais. Não sei qual foi a atividade proposta, mas observem que o "modelo estereotipado" da casa continua a ser projetado.



Após a observação destas três fotos só posso refletir que mudar é difícil, é muito difícil... Mais fácil é fingir que mudamos.

É necessário ficarmos sempre alertas ao processo que se passa dentro de nossos paradigmas para mudarmos, se assim desejarmos. Quais são as crenças que nos fazem fingir que mudamos pensando e muitas vezes até afirmando que estamos mudando?
Estejamos atentos, pois Mudança educacional não depende do externo, do prédio, da atividade, dos móveis, da sala, do intervalo de tempo, da tecnologia e muito menos do currículo que vamos desenvolver com o estudante.
Não basta introduzir a tecnologia para praticar uma educação moderna.  

É necessário quebrar paradigmas, muros, salas, séries, faixa etária, isolamento de professores, isolamento de estudantes...

Se você flagrar fotos de sala de aula atual que comprovem o moderno ser apenas “uma cereja no bolo” ou seja, o moderno estar sobre uma estrutura embolorada e antiga, some-se a mim pelos comentários deste artigo ou diretamente pelo endereço: elypaschoalick@gmail.com

Conheça o III Manifesto pela Educação onde um grupo de educadores com representação em quase todos estados da Federação se disponibilizou para contribuir na construção de um sistema educacional que, efetivamente, cumpra a LDBEN e apresenta o documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País”, por considerar que o mesmo poderá constituir-se num instrumento de debate e em efetiva mudança.
http://manifestopelaeducacao.blogspot.com.br





domingo, 27 de março de 2016

InovaEduca: Redes públicas compartilham desafios para inovar no Porvir

Vou transcrever aqui uma matéria relato sobre o encontro acontecido em novembro de 2015 em São Paulo, organizado pelo PORVIR.

É interessante sabermos as tendências mas não vamos sair correndo atrás delas nem para duplicá-las e nem para criticá-las.

Fiquemos atentos para vermos se as inovações não são apenas cerejas no bolo.
O que entendo por cereja no bolo.
É uma analogia que faço quando quero me referir de que nada adianta inovar ou modificar se não há mudanças na estrutura de horário, aulas frontais, alunos incomunicáveis, seriados e submetidos a provas para seriá-los o mais homogeneamente possível e tendo seus conteúdos academicamente e cartesianamente separados e incomunicáveis.
Então digo que tais novidades são apenas glacês e cerejas que colocamos para enfeitar o solado e apodrecido bolo que é a nossa educação e instrução vigente na maioria dos países do mundo.

Tendo este alerta copio aqui as inovações que foram divulgadas neste encontro promovido pela ONG PorVir que faz parte do
InovaEduca:

Redes públicas compartilham desafios para inovar

MARIA VICTÓRIA OLIVEIRA - PORVIR - 19/11/2015 - SÃO PAULO, SP

Gamificação, sala de aula invertida, robótica, dispositivos móveis na escola, ensino híbrido, recursos educacionais abertos, aprendizagem por projetos, inovação. Esses e outros temas foram discutidos durante os dias 16, 17 e 18 de novembro, no InovaEduca 3.0. Tendo como palco o Museu da Imagem e do Som (MIS), localizado em São Paulo, o evento reuniu os mais diversos atores ligados às redes educacionais pública e privada do país.

Professores, diretores e gestores acompanharam e compartilharam práticas alternativas às tradicionais. Entre palestras, debates, exposições e oficinas, as pessoas que compareceram ao evento tiveram uma ideia das tendências de ensino que prevalecem no país. Uma delas, que está difundindo-se pelas salas de aula, é a gamificação.

Gamificação

Durante o painel 4, sobre inovações nas redes públicas, a professora da Secretaria de Educação de São Paulo, Gislaine Munhoz, compartilhou sua experiência de dez anos com games. Segundo ela, eles proporcionam uma nova lógica ao dinamizar a forma como os conteúdos podem ser disponibilizados. “O game resignifica o erro como algo positivo e motivador para a aprendizagem, além de estimular competências importantes para a construção do conhecimento e da vida – observar, analisar, conjecturar, validar, inverter papéis sociais, exercitar alteridade e resiliência”. Nesse ponto, ela destaca que o melhor jogador é aquele que errou mais, que voltou, jogou de novo e estabeleceu uma nova estratégia. “Mas não é natural pra criança levar a lógica desse processo pra sala de aula. Quem vai ter que fazer isso somos nós, professores”.

Entretanto, ela ressaltou que gamificar a aula vai além de trazer jogos para a sala e aplicar técnicas de contagem de pontos e rankeamento. “Para gamificar a aula, é preciso que o jogador embarque na experiência, faça a imersão, vivenciando como protagonista ou como autor”.

Em entrevista ao Porvir, ela afirma que os educadores têm certa dificuldade em transpor algo que é do entretenimento para a educação. “É como se não tivesse uma validação externa daquele game como “conteúdo educativo”. Se não tem essa validação, às vezes o professor não se sente empoderado para trazer aquilo pra educação”. Segundo ela, os educadores precisam ser um curadores de conteúdos diversos. “A participação do aluno nesse processo é muito importante. Enquanto ele conhece o conteúdo do game, eu, professora, conheço as habilidades e competências que podem ser desenvolvidas a partir disso. Então, é preciso ouvir o aluno, sua opinião e percepção das coisas”.

A consultora do Centro de Educação Transdisciplinar (CETRANS), Silvia Fichmann, completou a ideia de Gislaine. Em entrevista ao Porvir, ela afirmou que falta um método para introduzir a tecnologia dentro do currículo. “O professor tem que entender que quando trabalha com game, ele sai do real, dos conteúdos “duros” e vai pro simbólico. Quando isso acontece, o aluno aprende muito mais”.

Ainda, ela aproveitou para dividir sua experiência no Fórum no Portal do Professor, do MEC, criado para discutir as Redes de Aprendência. A Aprendência, termo criado pela educadora Helen Trocme Fabre, expressa uma forma transdisciplinar dos educadores enxergarem a aprendizagem a partir de três instrumentos: autoposicionamento, questionamento e avaliação. Já Rede de Aprendência serve para incentivar que redes sociais ajudem na formação do ato de aprender em todas as situações.

Formação de professores em Porto Alegre

Além da Gislaine e Silvia, outros atores da educação no Brasil apresentaram os pontos positivos e os ensinamentos a partir de suas experiências. O assessor jurídico da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, Paulo Ardenghi, é um dos coordenadores do Projeto Usina Criativa. Criado pela parceria entre a Prefeitura de Porto Alegre e a escola de atividades criativas Perestroika, o curso levou criatividade e inovação às escolas da rede municipal.

Segundo Ardenghi, não fazia sentido uma formação com todos os alunos enfileirados se o Usina estava propondo o desenvolvimento de práticas inovadoras. Por isso, a criação de um laboratório de aprendizagem criativa foi a melhor opção. “Nós nos propusemos a realmente sair da caixa, o que, muitas vezes, é visto com maus olhos na rede pública”.

As atividades tiraram os professores da zona de conforto e trabalharam nove tendências contemporâneas de educação: experiência, personalização, tecnologia, gamificação, descentralização, currículo criativo, narrativa, escola +vida e aprender fazendo. “O mais bacana desse projeto todo foram as histórias que ouvimos dos alunos”. No final de sua exposição, Ardenghi afirmou que o Projeto Usina foi o protótipo para uma escola de professores, que será fundada no ano que vem em Porto Alegre.

Tablets no Recife

Já Francisco Luiz dos Santos, secretário executivo de Tecnologia na Educação de Recife, ressaltou a importância do investimento tecnológico para que as redes de aprendizagem sejam eficazes. Ele apresentou o projeto que, além de redesenhar os laboratórios de informática, basesou-se na premissa de “um dispositivo móvel por aluno” e adquiriu 20 mil tablets para todos os alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental de Recife. “Com esse projeto, Pernambuco subiu 12 posições no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), saindo de 16ª para 4ª posição. A mudança no ensino foi impressionante”, defendeu.


Você poderá acompanhar mais pelo site:
http://porvir.org/sobre-nos


sábado, 2 de agosto de 2014

UM BANDO DE FOFOQUEIROS

UM BANDO DE FOFOQUEIROS!
 (Publicado no blog http://elypaschoalickeosprofessores.blogspot.com.br/– na coluna UIPI em 2/8/2014 e entregue aos professores do Colégio CEIA em RECADINHOS PRECIOSOS no livro de pontos do dia 4/08/2014)

                A educadora Ely Paschoalick comenta como as escolas podem estimular e potencializar o hábito de caguetar, delatar, denunciar os colegas e os amigos, criando uma geração de fofoqueiros.



                Para mim, sempre foi um fenômeno do comportamento humano o fato do sistema do Terceiro Reich, implantado por Hitler, ter conseguido estabelecer entre os alemães o hábito da população denunciar quem era judeu, mesmo que este ou aquele fosse pai de seus netos, esposa de seu filho, seu melhor amigo ou apenas vizinho ou conhecido.

                Quando observo, nas escolas do século XXI, século da inclusão e do respeito às diferenças, professores eleger um ou dois ajudantes do dia para observarem os colegas e depois contar quem desobedeceu as regras estabelecidas, durante a ausência e até mesmo a presença do professor, fico a compreender como o sistema funciona:

                Basta um líder carismático e detentor do poder de punir ou premiar, solicitar que PELO BEM GERAL DE TODOS o papel do delator, cagueta, dedo duro se faz extremamente necessário para a ORDEM E O PROGRESSO daquele grupo social.

                É de pequeno que se torce o pepino, diz o dito popular e estarrecida presencio, nas escolas brasileiras pós-ditadura militar e constituinte dos direitos humanos de 88, instalado e divulgado entre os professores, pais e alunos este hábito de delatar os colegas. Hábito que denigre a formação do ser humano em nossas comunidades escolares. Quero ilustrar o que estou comentando com uma experiência que presenciei:

                Era uma tarde tranquila e bonita de inverno brasileiro, 20 alunos entre 4 e 5 anos estavam felizes na sala de aula ouvindo uma linda história infantil quando vem a notícia de que um dos coleguinhas fez coco nas calças lá no banheiro. De imediato a professora lança mão dos dois ajudantes do dia e pede que eles observem quem não bem se comporta para poder acudir o menino que está necessitando dela no banheiro.

              Pronto, o hábito do caguetismo começa a se estabelecer e a ser encarado como um AUXÍLIO DO BOM MENINO AO QUERIDO PROFESSOR.

              Você, leitor, pode estar me questionando: Mas o que a professora poderia ter feito? 

Que tal experimentar uma atitude de autocontrole com todos e misericórdia com seu coleguinha que deve estar constrangido pelo fato de terem visto seu indesejável e incontrolável acidente com suas fezes?

                Que tal estabelecer um clima de confiança mútua, comiseração, respeito e crescimento pessoal de todos e de cada um? BASTA ESTABELECER NOVOS HÁBITOS COM NOVOS DIZERES E ATITUDES:

                __ Gente, um de nós está com dificuldades no banheiro. É tão triste a gente ir ao banheiro e não conseguir controlar o coco, vocês não acham? No entanto é uma situação que todos nós podemos passar, eu que faço coco todos os dias e cada um de nós que, se temos boa saúde, fazemos também coco diariamente. Posso ir lá ajudá-lo enquanto cada um de nós manda seu corpo não sair da cadeira em que está? Posso confiar que cada um de nós vai mandar em sua própria boquinha e conversar bem baixinho, apenas o suficiente para o coleguinha do lado ouvir? Posso confiar que cada um de nós vai tomar conta de si próprio e fazer nossos combinados de comportamento coletivo enquanto eu vou auxiliar um de nós que está mais necessitado no momento?(Recorda aqui com auxílio das gravuras que estão na parede, quais foram os combinados).

                Para completar o voto de confiança que aquele professor depositou em cada um, ele sai e fecha a porta deixando CADA CRIANÇA COMANDANDO A SI PRÓPRIA.


Com certeza, não será da primeira vez que aqueles estudantes aprenderão a controlar-se, mas agir assim, e ao voltar, não permitir que um fale como o outro ficou é, sem dúvida alguma, caminhar ao encontro da conquista da autonomia de todos e de cada um, saindo DEFINITIVAMENTE, do caminho da formação de uma comunidade de fofoqueiros dependentes emocionais dos castigos e prêmios do líder. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Guerra da Síria e as Crianças Brasileiras - COMPETIÇÃO NAS ESCOLAS? PARA QUE?


De uma forma poética escreveu a agente Mirim Semapinho Polyana: “Fazer Missão é ir à guerra falar de paz!”. 

E é literalmente isto que os cristãos no Iraque estão a fazer quando abrigam e dão conforto material, emocional e espiritual aos refugiados sírios, na sua maioria crianças.

                 Crianças e adolescentes refugiados sírios no Iraque, recebem material escolar e alimentação de missionários que se dedicam para o social.

Enquanto no Brasil Deus me deu a honra de participar da elaboração, publicação e divulgação do III Manifesto pela Educação, o qual objetiva, entre outras mudanças, extinguir do ambiente escolar a competição e intensificar a solidariedade cultivada em um ambiente de paz e harmonia, de modo que estudantes e professores possam desenvolver vínculos afetivos, na distante Síria milhares de crianças são assassinadas e violentadas em seus direitos à vida e de ter uma família.

cenas de campos de refugiados sírios no Iraque




Segundo relatos oficiais, os estudos comprovam que 44% das crianças sírias presenciaram ao menos cinco de onze eventos adversos associados a guerras e desastres, como vivenciar a morte de parentes, de observar pessoas morrendo, ou ser ferida, de ouvir gritos de socorro, ser ameaçado de morte, sofrer fome e sede, e outras mazelas ocasionadas por uma competição sem fim.



Diz a educadora italiana, Drª Maria Montessori, que “a competição é a pequena guerra que legitima a grande”. 

Trago assim neste editorial uma reflexão ao leitor, seja você professor, missionário, líder, sobre como a competição é cultivada no dia a dia das pessoas, por exemplo, quando se estimula gincanas bíblicas entre meninas e meninos, colocamo-nos em uma disputa competitiva para qual finalidade?  

Definir quem é mais inteligente, se este ou aquele? Quem é mais poderoso? Quem é melhor? Não é necessário estimular a pequena guerra, comparemos cada um consigo mesmo como Jesus o fez.

Nós cristãos cremos que é Ele quem cessa todas as guerras de uma maneira sobrenatural (Sl 46), e rogamos a Jesus, nosso pacificador, que permita que cada vez mais a semente da esperança seja plantada pelos obreiros do Iraque nos corações das crianças refugiadas, e seja regada pela Água da Vida, cuja corrente alegra a nossa vida, e assim se multiplique os moradores do Reino.

Louvemos a Deus que nos permitiu trabalho missionário levando, através de nossos missionários, a Paz do Mestre às crianças refugiadas da Síria.
Boa leitura!

Elypaschoalick
Texto retirado do editorial da revista número 49 Visão Missionária que você poderá ler pelo link

Você também poderá conhecer e assinar no Avaaz sua adesão ao movimento III Manifesto pela Educação: